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domingo, 23 de outubro de 2011

O Livro do Cemitério 

Enquanto seus pais e irmã são impiedosamente assassinados por um misterioso homem chamado Jack, um bebê consegue escapar de seu berço e se aventurar pelo mundo. Uma série de coincidências, aliada a uma grande dose de sorte, salva o pequeno de ter um destino tão trágico quanto o de sua família. Este é o cartão de visitas de O Livro do Cemitério, mais nova obra do cultuado britânico Neil Gaiman. Ganhador da medalha John Newberry, a mais prestigiada premiação da literatura infantojuvenil norte-americana, o livro permaneceu na lista dos mais vendidos do The New York Times por mais de 50 semanas e chega agora às livrarias do país. 

Com um começo sombrio e violento, diferente do seu habitual, o escritor inglês provoca arrepios no leitor. A história do bebê sortudo e fujão começa quando ele chega à rua e sobe a colina em direção ao velho cemitério. Ele é perseguido pelo assassino de seus familiares, o homem chamado Jack. Já dentro do cemitério o neném conhece os habitantes do local. Fantasmas de outras épocas que vivem em suas covas e mausoléus e que por circunstâncias do destino são forçados a adotar e batizar o bebê, agora chamado de Ninguém Owens, o Nin, para salvá-lo do seu perseguidor. 

Com ternura e talento, Gaiman narra as aventuras de Ninguém pelos caminhos do cemitério. Entre lápides e covas, junto a velhos fantasmas, almas penadas e até mesmo uma feiticeira enforcada, o leitor acompanha o crescimento de Nin, desde um pequeno bebê, até um jovem adolescente. Mas mesmo depois de todo este tempo a sombra do seu perseguidor ainda paira sobre o jovem. E o destino caminha para um embate final entre os dois, quando Ninguém descobre muito mais do que esperava sobre o mundo e as pessoas. 

Assim como fez em Coraline e Os Lobos dentro das Paredes, Neil Gaiman cria um mundo fantástico e fascinante, desta vez dentro de um pequeno cemitério. Ninguém e seus companheiros de cemitério são personagens adoráveis e mesmo os mortos são cheios de vida e alegria como raramente se acha em outros livros. Mais uma vez com o acompanhamento de luxo das belas (e sombrias) ilustrações de seu velho colaborador Dave Mckean, Gaiman apresenta um livro estupendo. E fica claro porque é um dos mais badalados escritores da atualidade. Com toda justiça. 

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